O desequilíbrio quando um dos dois se doa demais

O desequilíbrio quando um dos dois se doa demais
22 jun 2025

Em todo relacionamento saudável, trocas precisam acontecer. E não se trata de uma contabilidade emocional, onde cada gesto precisa ser imediatamente correspondido. Mas sim de um equilíbrio onde o cuidado circula, e ambos se sentem vistos, valorizados e necessários para a relação.

Quando esse equilíbrio se rompe e apenas um lado começa a se doar demais, surge um problema. O esforço vira rotina, o afeto vira obrigação, e o que antes era espontâneo, passa a ser uma expectativa. Quem se entrega intensamente, mas não se sente acolhido na mesma medida, pode acabar por se sentir esgotado, sinal que pode aparecer disfarçado de irritação, desânimo ou até de silêncio.

Não é saudável carregar a relação sozinho, nem assumir a responsabilidade pelos sentimentos do outro o tempo todo. Amor também é espaço de reciprocidade, onde ambos se cuidam, se escutam, e se acolhem diariamente.

Em muitos casos, o desequilíbrio não acontece intencionalmente, e pode ser que o esforço em dobro do cônjuge não seja notado de imediato. Por isso, é importante falar sobre a diferença da intensidade emocional, e como ela interfere nas outras áreas do relacionamento. Assim, surge a possibilidade de reconhecimento e ser mais presente, se esforçando igualmente pelo outro.

Relações não se tornam duradouras por um amar mais que o outro, mas por ambos se colocarem dispostos a construir juntos, e reconhecerem quando é hora de retribuir o afeto.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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