Casamento: valores que se misturam

Casamento: valores que se misturam
05 abr 2023

Na união de duas pessoas vindas de famílias diferentes, por mais que pertençam à mesma cultura, têm valores e hábitos diferentes. Isto trará certamente alguns problemas e complicações no convívio.

Quando estas pessoas eram solteiras e descompromissadas, cada um geria a sua vida de forma totalmente autônoma, sem precisar se adequar a outra pessoa em termos de horários e satisfações, a não ser às pessoas do seu convívio familiar. E como os valores eram quase sempre os mesmos de sua família, as desavenças, por mais que existissem, eram menores.

Ao se comprometerem em um relacionamento de casal com vínculos profundos, há que se fazer ajustes e estes afloram já no início da vida à dois, ou até mesmo no namoro. Não é mais uma vida em que se pode viver totalmente o individualismo. A individualidade deve ser vivida, o individualismo não.

O casamento ou a partilha de uma vida a dois, é entendido erroneamente como a união somente entre duas pessoas. No entanto é algo muito além disto. É importante lembrar que a família é a primeira escola de socialização e formação da pessoa. Ela é o berço de estruturação do caráter e valores dos indivíduos.

E a união de duas pessoas através do vínculo amoroso é também na verdade, a união de valores e hábitos de duas famílias, ou seja, as famílias de origem dos dois indivíduos. Assim, há a necessidade de se fazerem ajustes.

Estes ajustes perpassam os mais diversos hábitos, valores e temas: horários de refeições, horário de dormir, papéis de cada um, divisão de tarefas domésticas2, como vivenciar a relação de casal (geralmente os pais são o modelo de casamento de cada um). E o que mais pesa em algumas relações é o fato de “terem de dar satisfação” de horários. Isto não tem a ver com controle e sim com respeito aos cuidados e preocupações do outro, desde que não seja de forma exaustiva.

Perguntar “onde você está, que horas saiu daí, isto não é possível pois o tempo de deslocamento não bate, me avise quando estiver saindo”, etc, realmente não é saudável e sim um controle total do outro. Aí já é violar a individualidade do outro. Porém, o mínimo de satisfação deve ser dado, de forma saudável, pois isto faz parte do respeito ao sentimento do outro, pois este se preocupa e também precisa se ajustar aos horários do companheiro(a), para que o convívio aconteça.

Enfim, uma vida à dois implica em ajustes dos mais variados temas, e isto é feito através de uma avaliação conjunta de quais hábitos seguir ou até mesmo uma forma nova de se administrar a vida e o relacionamento do novo casal que se formou, diferente daquela de seus pais.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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