Estudo aponta: conselhos demais prejudicam o relacionamento

Estudo aponta: conselhos demais prejudicam o relacionamento
13 abr 2017

Um estudo da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, fez uma descoberta interessante sobre a importância de deixar o outro agir conforme suas próprias ideias em um relacionamento. Segundo o estudo, é mais prejudicial ser um parceiro que dá conselhos demais que ser um parceiro do tipo indiferente. Obviamente o meio termo entre esses dois pontos é o ideal.

Uma das vantagens de um relacionamento é termos no outro um amigo, um companheiro, com quem podemos contar, principalmente nos momentos ruins. É bastante reconfortante a ideia de dividirmos com o outro os problemas e podermos ouvir conselhos de alguém em quem confiamos. É muito válido também que o outro nos ajude a encontrar saída para os nossos problemas e até nos auxilie nas ações necessárias. Mas, como tudo na vida, é preciso ter medida. Dar conselhos demais, sobretudo quando não foram solicitados, pode fazer com que o outro se sinta invadido, sinta que não pode agir por si mesmo sem a ação fiscalizadora do parceiro. São estas convicções de um dos pares sobre o que deve ser feito, que podem levar a muitos conflitos.

A explicação científica sobre o motivo de não gostarmos de conselhos contrários.

A ciência explica que, quando queremos fazer algo e sentimos que esse algo pode dar certo, é liberado em nosso cérebro altas doses de dopamina, o hormônio do prazer. Segundo cientistas, a empolgação que sentimos quando existe 50% chance de algo dar certo é maior que quando temos a certeza do êxito, e é maior até que o prazer que sentimos quando de fato as coisas saem como planejamos.

Porém, quando temos indícios de que a expectativa que nos empolgara não vai dar em nada, a dopamina cai bruscamente, e somos tomados por um sentimento de tristeza e frustração. Por isso, quando alguém é o responsável por dizer que algo que pretendemos fazer não vai dar certo, acabamos colocando-o como responsável por nossa tristeza e frustração, quando na verdade um alerta pode ser bastante válido.

A melhor forma de aconselhar, segundo a ciência.

Um estudo da Universidade George Manson, nos Estados Unidos, avaliou como os conselhos eram absorvidos por centenas de estudantes pesquisados. Segundo o estudo, expor apenas informações é mais eficaz que expor uma opinião favorável ou contrária a algo.

Ou seja, se o parceiro tem uma ideia que parece inviável, é mais eficaz apresentar informações e estatísticas que mostrem o quanto a ideia pode ser arriscada, já que os dados são imparciais e baseados em análises, ao contrário de uma opinião, que é baseada em percepções pessoais.

É importante aconselhar, mas com jeito.

Se o parceiro está prestes a tomar uma atitude que não parece prudente, não é de todo mal aconselhá-lo, ainda que de maneira não-solicitada. No entanto, é importante fazê-lo de maneira didática, serena, com muito jeito, já que atacar a ideia do outro pode criar ainda mais resistência e necessidade de auto-afirmação, fazendo com que o outro queira agir conforme seus instintos exatamente para provar que estava correto.

Expor um ponto de vista e deixar que o parceiro reflita é muito mais eficaz que ser muito incisivo, já que o primeiro instinto de muitos quando confrontados é argumentar, defendendo sua opinião, o que afasta a discussão de uma decisão bem pensada.

Por fim, pode ser mais válido deixar que o outro descubra sozinho o quão assertivo será sua decisão. Todos nós precisamos de um pouco de individualidade, de agir conforme nossos pensamentos, até mesmo para que possamos arcar com as consequências de nossas escolhas e evoluir.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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