E quando passa a ser cada um por si? Os perigos de um casamento competitivo…

E quando passa a ser cada um por si? Os perigos de um casamento competitivo…
25 fev 2021

As ações de companheirismo entre o casal se configuram como um dos pilares da relação. Um pouco distante disso, há casais que parecem estar numa corrida para ver quem chega primeiro em determinado lugar e quem se sai melhor, o que pode prejudicar, e muito, o relacionamento.

Nesse ambiente de competição, pode acontecer de cada cônjuge passar o tempo todo desvalorizando o outro. Isso se estende à criação dos filhos, em que um questiona o jeito do outro de interagir com os filhos e educá-los. Sendo assim, se a mãe retira a autoridade do pai e vice-versa, é natural que os filhos fiquem confusos e até deixem de respeitá-los, o que traz consequências sérias, dentre elas, a falta de limites.

É básico compreender que os filhos não devem ser usados como forma de os pais se atingirem mutuamente. Filhos precisam de uma coerência na sua formação e educação. Para isso, os pais precisam estar alinhados na forma de criá-los e educá-los.

A disputa no casamento também pode chegar à vida profissional dos cônjuges. Pode ocorrer que um queira demonstrar ser mais bem sucedido, reconhecido e mais bem remunerado que o outro. A vida profissional, geralmente, define o status social da pessoa, não sendo nada proveitoso usar isso como um álibi para seu empoderamento. A relação do casal deve primar pelo equilíbrio, pois ambos estão no mesmo patamar hierárquico da relação.

A intenção de estar um degrau mais alto que o(a) parceiro(a) desencadeia uma série de sabotagens. Um não se esforça naquilo que facilitaria a vida do outro, faz o possível para que suas metas não sejam alcançadas e não se empenha no que é necessário para a vida harmônica enquanto casal. Como resolver o problema?

A terapia de casal seria um recurso importante nesse momento. O terapeuta irá ajudá-los a entender de onde vem esta necessidade de se suplantarem, analisando as possíveis causas inconscientes desta competição (pode estar, por exemplo, nas famílias de origem de cada cônjuge, em que cada um sentia a necessidade de fazer algo diferente para chamar a atenção dos pais).

Será também trabalhada em terapia a compreensão da importância da parceria do casal, ressaltando que ambos entraram nesta relação para somar – e não para dividir –, com metas e objetivos a serem alcançados conjuntamente, cada um respaldando ao outro.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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