Não é saudável tomar para si a responsabilidade de mudar o outro
14 abr 2021
Conselhos demais sob o pretexto de que são para o bem do outro, são tidos por algumas pessoas como uma das melhores formas de se dizer que ama. Porém essa atitude é apenas sinônimo de desgaste e frustração.
Há quem se orgulhe de ter feito grandes transformações na vida de seu cônjuge, mudado hábitos, comportamentos, manias ou o que quer que seja. Por mais que soe como uma grande conquista, é importante não querer tomar a frente dos processos individuais do outro. O maior esforço precisa partir dele(a), sendo essencial ocupar a posição de alguém que dará apoio, e não a de quem tomará decisões.
Existe a ideia de que relacionamento bom é aquele que um dos parceiros, ou ambos, enfrentem todas as tempestades conjuntamente, entretanto está tudo bem em reconhecer seus próprios limites e se permitir ir só ir até onde seja possível e confortável para ambos.
É comum que os familiares do cônjuge coloquem expectativas na relação, como se aquela pessoa fosse salvar seu filho, irmão, sobrinho, etc. do que quer que seja, como uma transferência de responsabilidades. Neste caso, o ideal é estabelecer um diálogo que deixe claro as diferenças entre as posições de parceiro e de cuidador, e lembrar que muitas vezes, a preocupação excessiva com o outro é expressa de uma forma negativa, mesmo que não seja a intenção.
Por fim, é importante conversar com o cônjuge para que seja possível alinhar as formas com que o relacionamento pesa para cada um, como uma forma de garantir que um não seja sobrecarregado por excesso de cuidados com o outro.
Ainda que seja interessante ter ao lado alguém doando intensamente sua atenção para as demandas de seu parceiro(a), há questões que precisam ser resolvidas individualmente por ele(a). A superproteção sempre é tóxica, pois desvalida o superprotegido.
