O casamento na atualidade

03 abr 2020

Para se falar dos casamentos atuais, é necessário falar do casamento de nossos avós, pois naquele tempo, os casamentos duravam “até que a morte os separasse”, independente da satisfação dos cônjuges…

Os papéis de cada um eram bem definidos e ambos seguiam estes papéis sem questionamentos: ao marido cabia o sustento financeiro da casa e à mulher cabia educar os filhos e zelar por todos. O homem era a autoridade máxima da casa e a esposa o “obedecia” sem sequer argumentar. Ao chegar em casa, o lar deveria ser um aconchego para o seu descanso e tudo deveria estar correndo bem. Os filhos quietos, sem perturbar o seu sossego e a esposa carinhosa, pronta para recebê-lo e servi-lo.

Pode-se perguntar: eles eram felizes? Pode-se dizer conformados, pois a esposa teria a proteção financeira do marido e ele um lar bem administrado.

Esta concepção de casamento mudou depois que a mulher entrou no mercado de trabalho remunerado. Hoje as decisões em relação à família são discutidas e tomadas conjuntamente, sendo que a esposa está no mesmo nível hierárquico do marido.

Ainda hoje, alguns homens sonham com este modelo de casamento dos pais ou avós, numa versão mais modernizada. Gostariam de chegar em casa e que esta fosse um ambiente tranquilo, onde ele pudesse jantar, navegar pela internet ou assistir a Netflix sem ser interrompido pelos filhos ou pelos pedidos de participação nas tarefas domésticas pela esposa, que assim como ele, chegou do trabalho cansada, teve de “cumprir metas” e ainda ficou presa no trânsito…

O papel passivo do marido após chegar em casa, onde tudo já está organizado e funcionando perfeitamente bem, só existirá com a participação de ambos. A esposa descansada e carinhosa, que o espera com um sorriso e pronta para lhe dar todo o conforto com que sonha, não tem mais “fôlego” para isto, pois como o marido, enfrentou todas as pressões do trabalho e também “matou seu leão do dia”. Mas em compensação, seu salário dará mais conforto à família.

Assim, a realidade atual é outra. As crianças exigem mais atenção e participação dos pais, o que anteriormente não acontecia, devido ao distanciamento emocional dos pais autoritários. Estes eram mais temidos do que respeitados. O que não ocorre hoje.

Atualmente, para se ter um lar mais tranquilo, é preciso “organização e planejamento estratégico” para o bom funcionamento da casa. O primordial é a divisão de tarefas domésticas (o que “arrepia” alguns homens). É importante traçarem regras básicas: quem vai ao supermercado , quem compra o lanche da tarde (ou faz o jantar), quem faz as tarefas escolares com os filhos, etc. Tudo isto de ser acordado entre o casal, de acordo com os horários e possibilidades de cada um, de forma bem racional e cooperativa. Assim, sobraria tempo para os dois se curtirem como casal, após todo o ritual da noite ser cumprido. 

Mas estaria o casamento fadado ao stress e à infelicidade? Não, porque ainda hoje no Brasil, o número de casamentos supera o número de divórcios. E para que o casamento tenha harmonia e sucesso, ambos terão de participar se responsabilizar.