Quando devemos ou não mudar o outro?

Quando devemos ou não mudar o outro?
14 ago 2016

Mudar ou não em razão de um relacionamento não é uma regra. Muitas mudanças podem ser saudáveis, como: se tornar mais tolerante, mais atencioso, menos possessivo. No entanto algumas mudanças de estilo de vida são difíceis de acontecer. Se ele sempre gostou de jogar bola aos domingos, ouvir rock, usar bermuda, ou se ela tem um tradicional encontro com as amigas todas as terças-feiras, se sente bem usando shorts, adora sertanejo universitário e pinta o cabelo, essas são características difíceis de mudar.

Na maioria dos casos conhecemos o estilo do outro muito antes de o relacionamento ficar sério, e sabemos muito bem se aquilo nos agrada ou não. Por gostar do outro, nos entregamos a errônea expectativa de que, com o tempo, moldaremos o parceiro ao que desejamos, eliminando dele as características que nos desagrada. O problema é que o estilo de vida de cada indivíduo está enraizado em sua personalidade, não é algo que surgiu da noite para o dia, e que da noite para o dia mudará. Gostar de jogar futebol aos domingos pode ser um hábito iniciado ainda na infância, quando era levado para assistir ao pai jogar futebol nos finais de semana. Da mesma forma que os gostos musicais dela podem ser herança dos gostos musicais da mãe, de um irmão, ou de alguém muito próximo.

É errado tentar mudar o outro?

Se o(a) parceiro(a) tem gostos e hobbies que podem fazer mal, como beber além da conta, dirigir em alta velocidade, fumar, ou ainda traços de personalidade prejudiciais, como excesso de ciúmes ou irritabilidade, é saudável estimular uma mudança. No entanto, é preciso entender que isso não será fácil, será um exercício longo e didático, com mudanças graduais. Usar de brigas e ultimatos para estimular uma mudança imediata fará apenas com que o outro se sinta ameaçado, controlado, fazendo com que passe a confrontar a tentativa de mudança, e não acatá-la.

Se o problema está em comportamentos, como ciúmes, o confronto também não é a melhor saída. Entendendo que o ciúme vem da insegurança, tente maneiras de deixar o(a) parceiro(a) mais seguro(a). Avalie em quais pontos você pode ceder para que isso aconteça. Não é válido se privar de situações importantes para agradar o outro, mas pequenos gestos podem ser suficientes para que o parceiro note seu esforço em se mostrar comprometido. Se, neste caso, nada parece surtir efeito, a ajuda de um especialista é indicada para trabalhar tal insegurança.

Quando é que não devemos tentar mudar o(a) parceiro(a)?

A mudança se torna invasiva quando queremos que o outro passe a ter gostos, hobbies e comportamentos da forma como desejamos, quando na verdade o estilo de vida do outro não nos traz nenhum mal real. Se um gosta de ficar em casa e o outro gosta de sair, por exemplo, um não deve passar a ser caseiro e nem o outro deve se tornar um baladeiro, a alternativa mais válida é a alternância, que pode ser alcançada por meio do (sempre indicado) diálogo.

Se ele gosta de jogar futebol e ela gosta de sair com as amigas, são hábitos saudáveis que precisam ser respeitados. Caso contrário o relacionamento será inundado por brigas, e marcado pela frase “você me conheceu assim”.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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