Tome cuidado com “indiretas”

Tome cuidado com “indiretas”
04 abr 2022

No relacionamento do casal, é importante que a comunicação seja de forma explícita e não através de “indiretas” ou “cutucadas”. Acontece que algumas pessoas, ao invés de falar com o seu cônjuge tudo que lhe incomoda, iniciam uma “campanha de cutucões”, gerando confrontos indiretos e lançando “sutis” comentários acerca do que gostaria que o outro percebesse.

Este comportamento inicialmente pode parecer o mais favorável, já que evita um possível conflito. Contudo, à longo prazo os incômodos e as frustrações com esta forma de comunicação, podem se tornar irritantes e se acumulados, podem se tornar uma bola de neve ainda mais difícil de ser dissolvida.

Vamos citar um exemplo fictício, em que uma esposa perceba que seu marido deveria se esforçar mais para passar um tempo de qualidade com os filhos, já que este importante convívio estaria escasso. Ao invés de ter uma conversa direta e amena com ele, inicia uma “guerra implícita”, dizendo na presença das crianças: vou brincar com vocês já que o seu pai não faz isso… ou então “o pai de vocês realmente não se importa em fazer nada com vocês”. Toda esta comunicação indireta e desagradável é na intenção de que ele escute e mude de postura.

No entanto, pode ser que ele realmente não perceba que está cometendo esta falha, e se frustre com estas “indiretas” agressivas e de quebra, você ainda cria um conflito entre pai e filhos.

Usar de “cutucões” é uma maneira negativa, que vem da interpretação da pessoa de que o comportamento que o outro deveria ter é tão óbvio, que nem precisaria ser dito. É tão claro, que esta pessoa pensa: “como assim ele não percebe que está ausente com relação aos filhos? Pode parecer estranho, mas às vezes o cônjuge realmente não está atento àquilo, ou por falta de experiência ou por não saber o seu real papel na criação dos filhos.

É importante ressaltar que, viemos de uma cultura há séculos machista e patriarcal, em que a criação dos filhos era delegada às mulheres. E infelizmente ainda há resquícios deste comportamento (apesar disto estar mudando gradativamente).

Levando tudo isto em consideração, o melhor a se fazer é inicialmente buscar uma maneira tranquila de apontar estas falhas no outro, de forma a não deixá-lo na defensiva (o que não resolve o problema) e a se fazer ouvir da maneira madura e menos agressiva possível. Agindo assim, estará economizando esforços que supostamente evitaria conflitos, mas que no entanto é certamente um gatilho para que eles aconteçam.

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Ana Carolina Morici
Ana Carolina Morici

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